E «Um Espectáculo de Merda» foi mais ou menos assim...




O evento realizado no passado dia 20 de Dezembro na ZDB que juntou diversos artistas pela tão polémica causa dos «intermitentes» foi, para além de uma grande festa, um lugar de protesto a uma política governamental sem projecto para a cultura. Os artistas e criadores que participaram foram muitos ou quase todos aqueles que estavam previstos. Desde Márcia Cardoso a cantar em voz de Britney o “cavalinho que não saía do lugar” em frente à Assembleia no filme de Ana Ribeiro e António Duarte, passando pela versão de “Remendos e Côdeas” de Inês Nogueira com Marco Santos, aos discursos patéticos de Sócrates e Isabelinha, ao fabuloso travesti de Tânia Leonardo e à homenagem a Jack Lang por Quirita Shangai, à cena de telenovela de Tiago Barbosa e Victor Gonçalves, ao ritmado e cómico «samba do intermitente» por Ana Freitas e Miguel Mendes e à “Estranha forma de vida” de Rogério Nuno Costa, não esquecendo a última sequência com o surpreendente “Coro da Bardamerda” que até aos intermitentes não poupou críticas, o artista-sombra de Miguel Pereira, o vídeo neo-punk de dois anónimos que se exibiam frente ao retrato do Sr. Primeiro Ministro, a elegia do actor por Gonçalo Ferreira de Almeida e a terapia do riso por Maria Duarte, preparando assim o apogeu final que culminou com o “balde de sangue frio” de Marisa Nunes enquanto Martim Pedroso, o organizador, cantava acapella “In Heaven Everything is Fine”. A todos os que deram o seu contributo, aos que, por motivos profissionais, não puderam infelizmente comparecer, a todos os espectadores que nos seguiram, agradecemos a disponibilidade e entusiasmo! A festa passou mas fica o desejo de que o que fizemos tenha alguma reverberação nas cabeças de quem viu, de quem não viu e gostaria de ter visto e de quem, pura e simplesmente, não quis ir. Em breve enviaremos para todos os nossos contactos uma descrição mais completa do evento em estilo foto-reportagem.